04 - Tu, ó José, indica-nos o caminho, sustenta-nos a cada
passo, conduze-nos aonde a Divina Providência quer que cheguemos. (L 208). São
Jose Marello
Mateus
20,17-28
Naquele
tempo, 17enquanto Jesus subia para Jerusalém, ele tomou os doze
discípulos à parte e, durante a caminhada, disse-lhes: 18“Eis que
estamos subindo para Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos sumos
sacerdotes e aos mestres da Lei. Eles o condenarão à morte, 19e o
entregarão aos pagãos para zombarem dele, para flagelá-lo e crucificá-lo. Mas
no terceiro dia ressuscitará”.
20A mãe dos filhos de Zebedeu aproximou-se de Jesus com seus filhos e ajoelhou-se com a intenção de fazer um pedido. 21Jesus perguntou: “Que queres?” Ela respondeu: “Manda que estes meus dois filhos se sentem, no teu Reino, um à tua direita e outro à tua esquerda”. 22Jesus, então, respondeu-lhes: “Não sabeis o que estais pedindo. Por acaso podeis beber o cálice que eu vou beber?” Eles responderam: “Podemos”. 23Então Jesus lhes disse: “De fato, vós bebereis do meu cálice, mas não depende de mim conceder o lugar à minha direita ou à minha esquerda. Meu Pai é quem dará esses lugares àqueles para os quais ele os preparou”.
24Quando os outros dez discípulos ouviram isso, ficaram irritados contra os dois irmãos. 25Jesus, porém, chamou-os, e disse: “Vós sabeis que os chefes das nações têm poder sobre elas e os grandes as oprimem. 26Entre vós não deverá ser assim. Quem quiser tornar-se grande, torne-se vosso servidor; 27quem quiser ser o primeiro, seja vosso servo. 28Pois, o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate em favor de muitos”.
Meditação:
20A mãe dos filhos de Zebedeu aproximou-se de Jesus com seus filhos e ajoelhou-se com a intenção de fazer um pedido. 21Jesus perguntou: “Que queres?” Ela respondeu: “Manda que estes meus dois filhos se sentem, no teu Reino, um à tua direita e outro à tua esquerda”. 22Jesus, então, respondeu-lhes: “Não sabeis o que estais pedindo. Por acaso podeis beber o cálice que eu vou beber?” Eles responderam: “Podemos”. 23Então Jesus lhes disse: “De fato, vós bebereis do meu cálice, mas não depende de mim conceder o lugar à minha direita ou à minha esquerda. Meu Pai é quem dará esses lugares àqueles para os quais ele os preparou”.
24Quando os outros dez discípulos ouviram isso, ficaram irritados contra os dois irmãos. 25Jesus, porém, chamou-os, e disse: “Vós sabeis que os chefes das nações têm poder sobre elas e os grandes as oprimem. 26Entre vós não deverá ser assim. Quem quiser tornar-se grande, torne-se vosso servidor; 27quem quiser ser o primeiro, seja vosso servo. 28Pois, o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate em favor de muitos”.
Meditação:
Por que será que a Igreja nos propõe meditar, outra
vez, neste mesmo mês de março, sobre a ânsia de poder dos Doze? Já vimos este
texto no dia 2, mas retirado do evangelho de Marcos, que é o original. Mateus é
mais cuidadoso que Marcos e envolve a mãe de Tiago e João. É ela que propõe o
despropósito.
Os ensinamentos de Jesus geram em seus ouvintes a
necessidade de lutar pela realização do reino de Deus, através de uma dinâmica
e atitudes completamente contrárias às que moviam a ordem social, política,
econômica e religiosa do momento. Jesus diz que o reino de Deus tem como base o
amor mutuo, o serviço, a partilha do poder, enfim, sobre a base de uma
sociedade justa, solidária e igualitária.
Certamente Jesus tinha consciência de que sua
proposta, anunciada com palavra e realizada através de sinais, iria chocar
frontalmente com o projeto de sociedade, com o conceito de Deus vigente, e com
os objetivos da política imperante.
Por causa disso, ele vai padecer nas mãos dos
chefes dos sacerdotes e dos mestres da lei. Deve-ser enfatizar que é a opção
pelo Reino que leva Jesus a prever e a enfrentar o sofrimento e a morte. Assim
fica claro que Jesus não veio para morrer como fruto de um obscuro plano de
Deus, mas deu a vida em conseqüência de um projeto de vida.
Jesus anuncia a sua morte como conseqüência de toda
a sua vida. Enquanto isso, Tiago e João sonham com poder e honrarias,
suscitando discórdia e competição entre os outros discípulos. Jesus mostra que
a única coisa importante para o discípulo é seguir o exemplo dele: servir e não
ser servido.
Na nova sociedade que Jesus projeta, a autoridade
não é exercício de poder, mas a qualificação para serviço, que se exprime na
entrega de si mesmo para os outros e o bem comum.
Apesar do testemunho de Jesus, os discípulos
estavam atrelados aos esquemas mundanos, mostrando-se pouco sensíveis aos
ensinamentos do Mestre. O pedido dos filhos de Zebedeu foi uma prova disto.
Fazendo ouvido de mercador, quando Jesus revelou
seu destino de sofrimento e morte, estavam preocupados em garantir para si os
melhores lugares no Reino a ser instaurado.
Bem se vê que estavam longe de sintonizar com o
Reino anunciado por Jesus, pois imaginavam um reino onde os chefes se tornam
tiranos, e os grandes se tornam opressores, por estarem revestidos de autoridade.
No Reino almejado por Jesus, a grandeza consiste em
pôr-se ao serviço do semelhante, de maneira despretensiosa, e o primeiro lugar
será ocupado por quem se dispusera a assumir a condição de servo. A tirania
cede lugar ao serviço, e a opressão transforma-se em amor eficaz em benefício
do próximo.
Bastava contemplar o modo de proceder do Mestre
Jesus que se autodenomina “Filho do Homem”. Jamais buscara ser servido, como se
a sua condição de enviado do Pai lhe desse este direito; tampouco teve a
arrogância de se considerar superior a quem quer que seja.
Jesus sempre manteve sua postura de servo,
consciente da missão recebida do Pai, a ponto de entregar a sua própria vida
para que toda a humanidade obtivesse salvação. Dera o exemplo no qual os discípulos
deveriam inspirar-se.
O mundo atual é testemunha da tirania, da corrupção
e da opressão gerada pelos chefes de nações, sistemas totalitários e injustos
que se estabeleceram para dirigir nossos povos.
O desafio é claro: nós que somos seguidores de
Jesus de Nazaré não podemos cair na tentação perversa do poder para oprimir ou
ser superiores aos outros.
O projeto cristão é de solidariedade e serviço
desinteressado, como princípio ministerial básico que cruze as estruturas
sociais e eclesiais e as faça mais próximas do plano de Deus.
Para Jesus a autoridade e o primeiro lugar no reino
estão intimamente associados à capacidade de servir: “o maior de vocês deve ser
aquele que serve” (Mt 23,11).
Esta atitude fundamental do discípulo e da discípula
configurará o quadro de carismas e ministérios, com a responsabilidade de atuar
no mundo para transformar as realidades à luz da Palavra de Deus. Daí algumas
intuições que podem contribuir para compreender e assumir a missão da Igreja na
ótica do serviço à organização e libertação de todo o Povo de Deus.
Assim, nós, somente respondemos fielmente à nossa
vocação de servir, quando nos tornamos mulheres e homens em profunda sintonia e
comunhão com o Deus da Vida, sem esquecer nem deixar à margem, na luta de cada
dia, os pobres e excluídos (At 6,1), que precisam e, por isso, devem ser
servidos.
Reflexão Apostólica:
O evangelho de hoje se situa na última
subida a Jerusalém, onde Jesus será preso, condenado e executado por causa da
radicalidade de seu projeto. Muitos de seus seguidores não entendem em que
consiste o reino que ele lhes anunciou, e ainda crêem que consiste numa tomada
do poder terreno, com cargos e nomeações que dão prestígio e geram
desigualdade.
Jesus subia para Jerusalém a fim de
cumprir a missão para a qual Ele viera ao mundo. Com Jesus nós também
aprendemos a exercer com determinação a missão que o Pai nos destinou quando
nos colocou aqui na terra. Subir para Jerusalém, portanto, significa perseguir
a vontade de Deus. Jesus caminhou para cumprir a Sua Missão de Salvador dos
homens.
Nós caminhamos quando assumimos a
Salvação que Jesus veio nos oferecer dando passos de conversão. Por isso, Ele
nos ensina e nos adverte que, também nós deveremos passar por dificuldades,
provações e perseguições, mas, no terceiro dia, isto é, no tempo certo, nós
também ressuscitaremos com Ele. Esse é o nosso objetivo! Essa é a vontade do
Pai para nós, ressuscitar-nos como Ele ressuscitou Jesus!
E é já nesta vida terrena que nós damos
os passos para essa conquista: “quem quiser tornar-se grande torne-se vosso
servidor”; “quem quiser ser o primeiro seja vosso servo!”
No entanto, por mais que Jesus abrisse
os olhos dos seus discípulos e os preparasse para assumirem a missão assim como
Ele mesmo fazia, eles não O compreendiam. Eles tinham a mentalidade do mundo!
Tinham os apelos do prazer, do possuir do poder! Jesus pacientemente continuava
a ensiná-los. Assim também Ele faz conosco! Ele quer nos ensinar a sermos
grandes como Ele é.
Aos olhos do mundo ser grande é ser o
primeiro, ter poder, fama e glória. No seguimento de Jesus ser grande é saber
servir, é ser útil, é viver com sentido até no sofrimento aproveitando as
lições que a vida nos dá.
TUDO FAZER POR AMOR! Esta é a nossa
grandeza e a nossa glória aqui na terra.
De acordo com os conselhos de Jesus
você se considera, grande ou pequeno (a)? Qual é a dificuldade que você
encontra em acolher essa maneira de ser grande? Você tem aprendido e
praticado o que Jesus tem lhe ensinado? O que você tem feito pelo amor de
Deus?
Quantas vezes nos aproximamos de Jesus, e, sem discernimento,
pedimos coisas que não tem sentido? Quantas coisas desnecessárias, e que
julgamos ser essencial, pedimos quando oramos? Por isso que, em todo instante,
se faz necessário pedir auxílio ao Espírito Santo, para que Ele nos ensine a
rezar. Até mesmo para orar necessitamos do auxílio e da misericórdia do Pai.
Outro ponto forte desta palavra é o ensinamento de humildade que Jesus vem nos
trazer.
Hoje, infelizmente, o mundo nos ensina que devemos sempre estar à
frente, sermos os melhores, ter o melhor emprego, receber o mais alto salário,
enfim, devemos ter, ter e ter.
Em meio a tudo isso, devemos agir de forma contrária. Jesus
nos chama a sermos os menores. não contarmos vantagem do que temos ou de quem
somos, porém, devemos agir de forma humilde, sempre procurando mais servir do
que ser servido, amar mais do que ser amado, perdoar mais do que ser perdoado.
Peçamos que o Senhor nos dê um coração manso e humilde. Que no dia
de hoje passemos a valorizar as coisas do alto e não as coisas terrenas. Nossa
meta é o céu. Fomos feitos para sermos cidadãos do céu e o passaporte para lá é
o Amor e a humildade e por isso, humildemente e dobrados devemos servir aos
nossos irmãos e irmãs. Quem ama, serve. E quem serve se faz pequeno perante os
homens e se torna grande perante o Senhor.
Ponhamos em suas mãos todos os líderes sociais, os
governantes, os animadores eclesiais, para que Deus lhes permita guiar a
sociedade e a Igreja para um mundo fraterno e justo.
Que
nosso coração possa se abrir mais e mais para Amar a Deus no próximo. Jesus,
manso e humilde de coração, fazei o meu coração semelhante ao vosso!
Propósito: Pai, transforma-me em servidor de meus semelhantes,
fazendo-me sempre pronto a doar minha vida para que o teu amor chegue até eles.
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