15 - Diz ao Senhor: Eu sou
inteiramente vosso, e não quero outra coisa senão que em mim seja feita a vossa
santa vontade: ainda que à custa de sacrifícios, ainda que eu seja privado de
consolações, ainda que repleto de aflições, estou pronto para tudo, Senhor: fazei
de mim o que quiserdes. (S 237). São Jose Marello
Mateus 21,28-32 ( Mt 21, 23-27)
""Que vos parece? Um homem tinha
dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, disse: 'Filho, vai trabalhar hoje na
vinha!' O filho respondeu: 'Não quero'. Mas depois mudou de atitude e foi. O
pai dirigiu-se ao outro filho e disse a mesma coisa. Este respondeu:' Sim,
senhor, eu vou'. Mas não foi. Qual dos dois fez a vontade do pai?" Os
sumos sacerdotes e os anciãos responderam: "O primeiro." Então Jesus
lhes disse: "Em verdade vos digo que os publicanos e as prostitutas vos
precedem no Reino de Deus. Pois João veio até vós, caminhando na justiça, e não
acreditastes nele. Mas os publicanos e as prostitutas creram nele. Vós, porém,
mesmo vendo isso, não vos arrependestes, para crer nele. "
Meditação:
Meditação:
As parábolas são uma forma literária à qual se recorre para tornar
compreensível uma realidade que se deseja revelar. Nos evangelhos encontramos
quarenta e quatro parábolas.
Dentre elas, temos várias que são encontradas nos três evangelhos sinóticos. Outras são próprias de um ou de outro evangelista. Assim temos duas parábolas que são exclusivas de Marcos, nove exclusivas de Mateus, dezoito exclusivas de Lucas, e duas exclusivas de João.
A parábola dos dois filhos só se encontra no Evangelho de Mateus. Esse dado é importante, pois o evangelista tirou lá do fundo do baú (13,52) coisas antigas, mas também coisas “novas”, a fim de dar ao seu escrito uma dimensão especial.
As parábolas exclusivas de Mateus são as coisas novas que ele reservou para o momento certo, querendo com isso sublinhar a idéia básica que percorre todo o evangelho.
Dentre elas, temos várias que são encontradas nos três evangelhos sinóticos. Outras são próprias de um ou de outro evangelista. Assim temos duas parábolas que são exclusivas de Marcos, nove exclusivas de Mateus, dezoito exclusivas de Lucas, e duas exclusivas de João.
A parábola dos dois filhos só se encontra no Evangelho de Mateus. Esse dado é importante, pois o evangelista tirou lá do fundo do baú (13,52) coisas antigas, mas também coisas “novas”, a fim de dar ao seu escrito uma dimensão especial.
As parábolas exclusivas de Mateus são as coisas novas que ele reservou para o momento certo, querendo com isso sublinhar a idéia básica que percorre todo o evangelho.
Essa idéia básica é o tema da justiça do Reino, como já tivemos
oportunidade de ver nos comentários ao evangelho dos domingos anteriores.
A parábola que hoje Jesus nos propõe, denuncia igualmente a falsa consciência religiosa. A vinha é a realidade do mundo, na qual o trabalho é árduo e urgente. A essa vinha, o Pai envia seus filhos. A resposta dos dois é ambígua. Contudo, somente o compromisso do que inicialmente se havia negado ao trabalho nos permite descobrir quem agiu coerentemente.
A parábola que hoje Jesus nos propõe, denuncia igualmente a falsa consciência religiosa. A vinha é a realidade do mundo, na qual o trabalho é árduo e urgente. A essa vinha, o Pai envia seus filhos. A resposta dos dois é ambígua. Contudo, somente o compromisso do que inicialmente se havia negado ao trabalho nos permite descobrir quem agiu coerentemente.
Deste modo Jesus denuncia aqueles dirigentes e todo o povo que
publicamente se compromete a servir ao Senhor, nas que é incapaz de agir de
acordo com suas palavras. Atitude que contrasta com aqueles que, embora pareçam
se negar ao serviço, terminam dando o melhor de si na transformação da vinha.
Esta parábola expõe um dilema que põe à descoberto a práxis de seus ouvintes e que, lida à luz dos acontecimentos da época de Jesus, nos mostra como os que eram considerados pecadores pelo aparato religioso eram, na realidade, os únicos atentos à voz do profeta.
Esta parábola expõe um dilema que põe à descoberto a práxis de seus ouvintes e que, lida à luz dos acontecimentos da época de Jesus, nos mostra como os que eram considerados pecadores pelo aparato religioso eram, na realidade, os únicos atentos à voz do profeta.
A conversão não é um assunto de solenes proclamações ou de
prolongados exercícios piedosos, mas um chamado inadiável à justiça e ao
discernimento.
As palavras de Jesus feriam a sensibilidade religiosa de seus
contemporâneos que se consideravam autênticos seguidores de Javé e inigualáveis
homens de fé, porque colocava diante deles o testemunho daquelas pessoas que
eram consideradas uma classe de pecadores: as prostitutas e os publicanos.
Prostitutas e publicanos não somente eram profissionais
terrivelmente desprezados, mas aqueles que as exerciam eram considerados
pessoas asquerosas e inadmissíveis entre a gente de bem.
Jesus ridiculariza todas essas avaliações lançadas dos pedestais
do sistema religioso e mostra, com os fatos, que nem sequer a presença de um
profeta tão grande como João Batista é capaz de transformar as consciências
calejadas e estéreis daqueles que se consideravam salvos unicamente pelo alto
cargo que ocupavam no aparato religioso.
Mais além de uma interpretação limitada ao contexto judeu da época
de Jesus, esta sua palavra pode e deve elevar-se à categoria universal e ao
princípio teórico: o da primazia do fazer sobre o dizer, da prática sobre a
teoria.
Um irmão disse que sim, muito disposto, mas seus atos desmentiram
suas palavras: sua palavra verdadeira, sua palavra prática, foi um não.
O outro irmão pareceu estar desde o princípio fora do caminho da
salvação, por suas palavras negativas e inaceitáveis; mas deixando de lado suas
palavras, e ainda sem substituí-las por outras mais adequadas, aceitáveis, ele
de fato foi à vinha, “fez” a vontade do Pai. Dizer/fazer, teoria/prática: o Evangelho
deve ser propagado sem vacilações diante destas disjuntivas.
Por isso, cabe aqui esta bela oração do Beato Tiago Alberione:
"Jesus,
Mestre:
que eu pense com a tua inteligência, com a tua sabedoria.
Que eu ame com o teu coração.
Que eu veja com os teus olhos.
Que eu fale com a tua língua.
Que eu ouça com os teus ouvidos.
Que as minhas mãos sejam as tuas.
Que os meus pés estejam sobre as tuas pegadas.
Que eu reze com as tuas orações.
Que eu celebre como tu te imolaste.
Que eu esteja em ti e tuem
mim. Amém. "
que eu pense com a tua inteligência, com a tua sabedoria.
Que eu ame com o teu coração.
Que eu veja com os teus olhos.
Que eu fale com a tua língua.
Que eu ouça com os teus ouvidos.
Que as minhas mãos sejam as tuas.
Que os meus pés estejam sobre as tuas pegadas.
Que eu reze com as tuas orações.
Que eu celebre como tu te imolaste.
Que eu esteja em ti e tu
Reflexão Apostólica:
Quantos de nós não o vivemos na própria pele? Quantas vezes,
mesmos repletos de razão e motivos para não fazer ou ajudar, mudamos de opinião, engolimos nossos “sapos” e com eles o orgulho, e por fim ao ver tudo
realizado, fomos tomados de satisfação e ALEGRIA?
Muitos se sentem incomodados com a nossa disposição. São pessoas
que aos poucos foram deixando apagar a chama da alegria em seus corações e não
conseguindo motivos ou razões para vislumbrar, passam, às vezes
inconscientemente, a enxergar como tolice aquele (a) que consegue vencer a
vontade de estagnar-se e se move. Não sei bem se é um bom exemplo, mas como
imaginou o criador do nome Rolling Stones, que “pedra que rola, não cria limo”.
Se “rolo” não deixo essa maldade “grudar” no meu dia-a-dia. Se
mesmo querendo dizer não, analiso os que serão afetados pela minha decisão, e
movido pelo amor ao inocente, troco de conduta. Posso dizer que estou a um
passo da maturidade espiritual quando opto pelo bem maior.
Quando dizemos “amor
ao inocente” referimo-nos, em especial, a nossa vida em
comunidade.
A missa de domingo na comunidade que participamos tem cerca de 100 a 200 pessoas, sendo
assim, cerca de 300 pares de olhos que vêem nosso trabalho, nosso empenho, que
nos ouvem e estranhamente nunca nos magoaram ou criticaram nosso trabalho.
Às vezes, quando nos recusamos a fazer algo por “orgulho
ferido” acabamos prejudicando a quem não tem culpa. Sabemos sim, que existem
muitas coisas nos magoam ao ponto de não querer mais, mas dizer “não” hoje e
depois voltar atrás e dizer “sim”, nos dá uma tremenda paz.
Há outra expressão forte no evangelho de hoje “(…) Em verdade vos digo que os
publicanos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus.”.
Só ela já daria muitas laudas de texto e reflexão, mas deixamos
uma mensagem importante: Todos temos erros e como diria um padre amigo nosso:
“santo é aquele que cai 1000 vezes e se levanta 1001 vez”.
Temos muitos erros oriundos do julgamento, principalmente dos
feitos de forma aleatória e precipitada.
Milhões almejaram a santidade, poucos tiveram o reconhecimento
humano dela, mas, uma parcela ainda maior que apenas poucos, tiveram o
reconhecimento aos olhos de Deus.
A santidade é um projeto de vida, galgado a cada dia. Ela não pode
ser usada por nós como separação ou seleção de pessoas, pois isso cabe somente
a Deus.
Sendo assim, não podemos nos gabar por sermos dessa ou daquela
pastoral ou movimento ou identidade, ser santo ou não, se como os
apóstolos, na hora que Jesus mais precisa de nós, damos as costas, não o
ajudamos, o abandonamos.
Nossa alegria vem do Senhor! Ele se faz precisar de nós!
Propósito:
Pai, quero ser para ti um filho
que escuta a tua Palavra e se esforça para cumpri-la com sinceridade. Que a
minha resposta a teu apelo não seja pura formalidade.
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