Evangelho:
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 12,35-38
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 12,35-38
Naquele tempo, disse
Jesus aos seus discípulos:35Que
vossos rins estejam cingidos e as lâmpadas acesas. 36Sede como homens que
estão esperando seu senhor voltar de uma festa de casamento, para lhe abrirem,
imediatamente, a porta, logo que ele chegar e bater. 37Felizes os empregados
que o senhor encontrar acordados quando chegar. Em verdade, eu vos digo: Ele
mesmo vai cingir-se, fazê-los sentar-se à mesa e, passando, os servirá. 38E caso ele chegue à
meia-noite ou à três da madrugada, felizes serão, se assim os encontrar!
Meditação:
O evangelho deste dia poderia ser
resumido na frase “vivam acordados”. Passamos nossos dias atormentados por uma
enxurrada de imagens e todo tipo de informação: televisão, rádio, computador.
Algumas dessas informações são úteis e
outras inúteis.. A quantidade de ideologias e valores viciados pelo consumo e
alienação é tão grande que, a duras penas, nos reconhecemos quando nos
contemplamos no espelho.
O afã e as preocupações inúteis
consomem nossos dias sem que tenhamos espaço para cultivar nosso espírito. Mas
a voz do Senhor nos chama a fazer uma parada no caminho.
Convida-nos a romper com a rotina e a
orientá-la para o cultivo do reino. Com a ajuda do evangelho conseguimos dizer
não ao consumo. Não ao culto ao prazer. Não à alienação. Devemos dizer “sim” a
uma vida plena de significado e a uma existência digna.
Para conquistar isso necessitamos
“despertar”, abandonar o engodo que os meios de comunicação nos sugerem todos
os dias. Necessitamos recuperar o que é realmente valioso para nós: a própria
vida, a de nossa comunidade e nosso povo.
Estamos em festa com Jesus e, ainda
que não nos demos conta, estando nessa festa não podemos dormir impunemente, porque
podemos ficar do lado de fora.
O tema da vigilância, que é o núcleo
do Evangelho de hoje, era próprio das primeiras comunidades cristãs, entre as
quais havia a expectativa de uma volta em breve de Jesus, morto e ressuscitado,
seguindo-se o julgamento final.
Os três Evangelhos sinóticos (Mt, Mc,
Lc) apresentam sinais desta expectativa. Era a Parusia, expectativa
escatológica e apocalíptica. Com o passar do tempo, as comunidades começaram a
perceber que a "volta" de Jesus tinha outro sentido.
No Evangelho de João, escrito na
última década do primeiro século, não há referências a esta Parusia. Em João as
palavras de Jesus revelam a sua presença, junto com o Pai, já, entre os homens
e mulheres que praticam a vontade de Deus, no amor fraterno e universal.
Concluíndo: Os discípulos devem estar vigilantes e preparados para a vinda de Jesus, cuja hora ninguém conhece. Uma imagem de tal disposição se encontra nesse criado que aguarda seu senhor que há de voltar de um banquete de bodas a qualquer hora da noite. Quando o senhor chamar, o criado deverá estar já à porta para abri-la, deixá-lo passar e conduzi-lo a sua casa. É para isso que está ali o criado e por isso usa a túnica apropriada.
Concluíndo: Os discípulos devem estar vigilantes e preparados para a vinda de Jesus, cuja hora ninguém conhece. Uma imagem de tal disposição se encontra nesse criado que aguarda seu senhor que há de voltar de um banquete de bodas a qualquer hora da noite. Quando o senhor chamar, o criado deverá estar já à porta para abri-la, deixá-lo passar e conduzi-lo a sua casa. É para isso que está ali o criado e por isso usa a túnica apropriada.
Isto, aplicado ao discípulo significa
que deve estar equipado moralmente em cada momento, de tal forma que possa
acudir imediatamente à chamada do Senhor quando vier julgar; que deve ser claro
e luminoso como o sol sem tropeço moral; carregado de frutos de justiça por
Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus (Fl 1,10ss.).
O discípulo que está pronto é
felicitado, chamado de ditoso por Jesus. Entre duas bem-aventuranças se
expressam os bens que aguardam ao servo que está sempre vigiando, incansável e
fiel: o Senhor o servirá à mesa.
Neste Evangelho de Lucas, os servos que
estão de prontidão, esperando o seu senhor, são proclamados bem-aventurados.
São os que estão atentos, empenhados em fazer a vontade de Deus, que é o
serviço à vida, na construção de um mundo novo.
Nesta parábola, é admirável como o
próprio Senhor arregaçará sua veste e se porá a servir àqueles que encontrar
vigilantes, como Jesus na última ceia, no Evangelho de João (Jo 13,2-15).
Mudança completa da situação: o servo
passa a ser senhor, e o senhor se faz servo. Porque Deus faz participar de sua
glória os que velam. A glória do reino de Deus se compara com frequência a um
banquete de bodas que Deus prepara para os que acolhe em seu reino. Deus honra
os convidados, servindo-os, e lhes abre as alegrias de sua glória.
Reflexão Apostólica:
Diante da correria diária, trabalho, serviços, estudos e outras
atividades que fazem parte de nossas vidas, ficam às vezes impossíveis ou
esquecidos nosso momento de intimidade com o Senhor.
Intimidade, aqui não queremos que entendas somente o ouvir uma
música religiosa, fazer leitura bíblica. Mas sim, viver a regra
beneditina que consiste no rezar e trabalhar: ora et labora, pois, o Senhor nos diz: felizes os empregados que o senhor encontrar acordados
quando chegar.
Esse manter-se acordado estende-se ao serviço, seja na sua
Paróquia, na comunidade dentro da sua pastoral ou ministério. Servir e
trabalhar naquilo para o qual o Senhor nos chamou. Você já descobriu o seu
lugar na Paróquia, na comunidade? É fundamental que vocêu saiba qual o seu
lugar e função aí para que Deus lhe fale ao coração.
O Senhor nos pede que fiquemos os rins cingidos e as lâmpadas
acesas. Como estão os teus rins e os teus olhos espirituais?
A virtude da vigilância é por si mesma, uma atitude escatológica a
aguardar constantemente o retorno do Senhor. Os serviços vigilantes, a
representar os membros da comunidade eclesial, são felizes porque o próprio
Senhor, por ocasião de seu advento, fará a função de servo, cingindo-os e
colocando-os à mesa.
A vigilância escatológica é a virtude de quem aguarda o fato
derradeiro. Por isso, o Filho do Homem que há de vir sobre as nuvens dos
céus (Dn 7,13), por ocasião da parusia, assemelha-se ao ladrão que não avisa a
hora do assalto.
A vigilância supõe e exige um estado constante de preparação para
juízo escatológico, colocando os fiéis de Cristo em estado permanente de crise,
de modo especial, aqueles que têm a missão de anunciar o Reino à semelhança do
administrador fiel e prudente. Neste caso, a escatologia possui uma
dimensão presente e eclesial, pois o juízo definitivo supõe a avaliação das
atividades atuais dos fiéis, mediante as penas impostas pelo Senhor.
A provação dos últimos tempos acentua a responsabilidade histórica
do cristão, sobremaneira agradecido pelos bens messiânicos: a quem muito se deu
e foi confiado, muito será pedido e reclamado.
Por tudo quanto refletimos o importante é não se desviar, não
se distrair. É manter-se sempre alerta, acordado, e esperar até final pela
segunda vinda gloriosa do nosso Senhor Jesus Cristo.
"Feliz és tu se assim estás procedendo. Porque o próprio
Senhor passando te servirá, como fez na Última Ceia, com seus Apóstolos."
Temos que ficar sempre atento sempre servindo à Deus no nosso
trabalho, na nossa comunidade, nossa paróquia e durante o tempo todo,
pois, o Senhor não avisa o momento da sua volta.
Nós não podemos ficar em cima do muro, temos que ser fiel a nosso
Pai, pois, servindo à Deus estamos retribuindo um a pequena parte do amor
que Ele tem por nós, que é imenso.
Por isso, temos que nos esmerar na preparação da vinda do Senhor,
seja qual for o tempo da mesma. A referida vinda tem que estar precedida pela
utopia libertadora e esperançosa de nos reconhecermos como uma comunidade de
iguais em dignidade que luta, não pelo despotismo, a preguiça, a mediocridade nem
o abuso, mas sim pelo exercício da autoridade que é essencialmente serviço.
Temos que ser peregrinos alegres do reino e não fugitivos da história.
Propósito:
Pai, somente em ti quero centrar as minhas opções mais profundas,
para não permitir que o egoísmo tome conta do meu coração e me afaste de ti.
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