sexta-feira, 30 de novembro de 2012

EVANGELHO SABADO 01 DEZEMBRO




Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 21,34-36

"Disse Jesus aos seus discípulos: “Velai sobre vós mesmos, para que os vossos corações não se tornem pesados com o excesso do comer, com a embriaguez e com as preocupações da vida; para que aquele dia não vos apanhe de improviso. 
Como um laço cairá sobre aqueles que habitam a face de toda a terra. 
Vigiai, pois, em todo o tempo e orai, a fim de que vos torneis dignos de escapar a todos estes males que hão de acontecer, e de vos apresentar de pé diante do Filho do Homem”.
Meditação: 

Estamos chegando ao final do longo discurso apocalíptico e também ao fim do ano litúrgico. Jesus apresenta um último conselho, convidando-os à vigilância (Lc 21,34-35) e à oração (Lc 21,36).

A demora da vinda do Senhor pode ter como efeito, no coração do discípulo, uma espécie de torpor espiritual, que o leva a viver sem esperança no futuro, e sem criatividade no presente. Jesus quis manter viva, no discípulo, a chama da esperança, de forma a impedi-lo de enveredar-se pelo caminho da busca desenfreada de prazeres mundanos e de limitar-se a preocupações mesquinhas centradas em coisas irrelevantes.

Vigilância e oração seriam a forma de manter viva a esperança. A vigilância confronta continuamente o discípulo com as realidades escatológicas, não permitindo que ele ceda à tentação de acomodar-se e levar uma vida medíocre. Essa vigilância apresenta-lhe as exigências atuais do Reino como pré-condição para ser acolhido no Reino definitivo, e o move a viver conformando sua vida com elas.

A oração, por sua vez, faz o discípulo viver em comunhão com o Senhor que vem. Ou seja, já no presente, o discípulo orante experimenta a comunhão que, no futuro, se plenificará. Este íntimo relacionamento com o Senhor reflete-se na vigilância. O discípulo orante tudo fará para ser fiel ao Senhor e ao seu Reino. A oração leva-o a ter uma atenção redobrada, para não perder de vista o Senhor que vem. Leva-o, também, a antecipar as alegrias do Reino.

Jesus pede vigilância para não deixarmo-nos surpreender pelos eventos. Como vivo este conselho de Jesus? O último conselho de Jesus, no final deste ano litúrgico é este: Vigiai e rezai a cada momento. Como vivo este conselho de Jesus na minha vida?

Reflexão Apostólica:

“Tomai cuidado”, são palavras de Jesus para nós nos dias de hoje. Nós sabemos o quanto o nosso coração se envolve com as coisas “boas” desta vida!

A gula, a embriaguez e as preocupações da vida, representam aqui tudo o que nos desvia do caminho que nos leva ao encontro do Senhor que vem. Sabemos que estas obras nos tornam insensíveis diante das coisas de Deus.

Muitas vezes estamos tão “ocupados” com os nossos sucessos ou fracassos, com as ações que nos deleitam e dão prazer, que esquecemos de que isso tudo nos traz apenas uma felicidade transitória e de que o essencial para a nossa vida não muda, apenas evolui, prospera e concretiza-se. O essencial é o amor de Deus que é plantado em nós como uma semente que cresce e torna-se uma grande árvore.

Quando nos entregamos somente aos prazeres e afazeres do mundo o nosso coração fica insensível e o amor de Deus em nós é sufocado.

O comer, o beber, o trabalhar, o divertir-se, o comprar, o gozar a vida são até certo ponto coisas lícitas, porém são armadilhas para nós quando nos deixamos aprisionar por elas.

De repente, as coisas acontecem e nós perdemos o rumo, deixamos a graça de Deus passar e nos sentimos arruinados (as). Jesus veio nos ensinar: “ficai atentos e orai a todo momento”! A oração é o meio mais eficaz para que tenhamos força para escapar delas e fiquemos de pé, livres diante de Deus.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Evangelho sexta feira 30 novembro




Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 4,18-22
 "Quando Jesus andava à beira do mar da Galiléia, viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André. Estavam lançando a rede ao mar, pois eram pescadores. Jesus disse a eles: “Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens”.Eles imediatamente deixaram as redes e o seguiram. Caminhando um pouco mais, Jesus viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João. Estavam na barca com seu pai Zebedeu, consertando as redes. Jesus os chamou. Eles imediatamente deixaram a barca e o pai, e o seguiram.
 Meditação: 
 Esta narrativa do chamado dos quatro primeiros discípulos é encontrada, praticamente sem alterações, também no Evangelho de Marcos.
 Já Lucas insere o episódio no contexto de uma pesca milagrosa, e no Evangelho de João o chamado se dá por ocasião do batismo de Jesus feito por João Batista.
 O Evangelista Mateus narra como foi o chamado que Jesus fez aos primeiros apóstolos, Simão e André, Tiago e João. Algumas particularidades nós podemos tirar hoje para a nossa reflexão.

Eram irmãos, trabalhavam juntos em família, eram pescadores e estavam em plena atividade na sua ocupação. Tinham uma profissão, tinham uma história, entretanto, “ imediatamente deixaram as redes, a barca e o pai e O seguiram!”

O chamado de Jesus deu uma guinada vida de um grupo de pescadores do Mar da Galiléia. O Mestre os queria como companheiros na missão, para fazer deles pescadores de homens.
 O seguimento exigia várias rupturas. A mais imediata consistiu em “deixar as redes e o barco”, seus instrumentos de trabalho, para assumir um tipo novo de atividade. A segunda diz respeito ao mundo familiar: os filhos “deixam o seu pai”. Como conseqüência, devem deixar sua terra e suas tradições para se colocar a serviço de um projeto de alcance universal.
 A metáfora da pescaria sublinha aspectos importantes do exercício da missão. Enquanto pescadores de homens, deverão ser pacientes e perseverantes, quando os resultado do trabalho não corresponder ao esforço empregado.
 Deverão enfrentar, sem medo, as tempestades e as adversidades, quando no horizonte da missão despontar perseguição e morte.
 Deverão estar sempre dispostos para o trabalho, alimentados por uma forte dose de otimismo e de alegria. Sobretudo, deverão ser movidos pela esperança de, apesar das adversidades, ver seu trabalho reconhecido pelo Pai.
 A decisão de deixar tudo associava, definitivamente, os discípulos ao Mestre Jesus. Como o Mestre, estariam a serviço da implantação do Reino de Deus na história, esperando contemplar a vitória do bem, da verdade, da justiça, do perdão, da igualdade e do respeito por todos, sem distinção.

Este foi o projeto de vida levado a cabo por Jesus, embora sua caminhada se concluísse com a morte de cruz. Por esse caminho, seguem também seus companheiros.
 Esse texto é muito direto em relação daquilo que Jesus quer de nós,ele não quer que inventemos uma série de desculpas para não responder ao seu chamado, pelo contrário assim como esses pescadores ele quer que, se necessário, abandonemos tudo, como pai, profissão, amigos.
 Reflexão Apostólica:
 Podemos hoje também perceber que Jesus deseja atrair para si as nossas famílias que convivemos juntos, temos uma história com os nossos problemas, e, por isso mesmo, precisamos ser fortalecidos espiritualmente para dar testemunho ao mundo que seguir a Jesus é a condição sine qua non para que cumpramos com o desígnio de Deus para nossa vida.
 Jesus nos chama a segui-Lo não porque somos homens e mulheres “desocupados” e não temos nada para fazer. Isto, nós podemos observar quando Ele chamou os Seus apóstolos.

Jesus viu os dois irmãos, notou que eles estavam ocupados na sua lida diária e, assim mesmo os escolheu. Eles não se ofereceram.

Eles tinham uma profissão, tinham uma história, porém, “eles imediatamente deixaram as redes, a barca e o pai e O seguiram!”.

O nosso trabalho, a nossa ocupação, a rotina da nossa vida não são impedimento para que sigamos a Jesus e vivamos os Seus ensinamentos.

Deixar imediatamente, as redes, a barca e o pai, significa que Jesus nos chama com a autoridade de quem sabe o que é melhor para cada um de nós, e por isso, Ele tem a primazia nas nossas eleições.
 Jesus nos chama a ser “pescadores de homens” por meio do nosso testemunho de fidelidade a Deus e aos irmãos. O Seu chamado é irrevogável e intransferível, por isso, outro não pode assumir o nosso lugar.

É necessário, porém, que estejamos livres de qualquer empecilho, desapegados (as) de tudo quanto nos prende, mesmo que seja o trabalho, a profissão, a família, os bens.

Às vezes nos desculpamos porque somos muito ocupados (as), mas Jesus veio chamar justamente àqueles que se comprometem e que têm que renunciar a alguma coisa. Ele deseja que o nosso coração esteja livre de tudo e de todos para que possamos segui-Lo, vivendo a Lei do amor.
 Ele deseja que o nosso coração esteja livre de tudo e de todos para que possamos segui-Lo, vivendo a Lei do amor.

Você já se sente chamado (a) por Jesus? Você acha que Ele já o (a) viu e o (a) notou? Qual tem sido a sua reação ao chamado de Jesus no serviço do reino? Será que você tem dado desculpas esfarrapadas? Aproveite o tempo de agora, não perca as oportunidades!

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Evangelho quinta feira 29 novembro



Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 21,20-28
"Disse Jesus a seus discípulos: “Quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, ficai sabendo que a sua destruição está próxima. Então, os que estiverem na Judéia, devem fugir para as montanhas; os que estiverem no meio da cidade, devem afastar-se; os que estiverem no campo, não entrem na cidade. Pois esses dias são de vingança, para que se cumpra tudo o que dizem as Escrituras.
Infelizes das mulheres grávidas e daquelas que estiverem amamentando naqueles dias, pois haverá uma grande calamidade na terra e ira contra este povo. Serão mortos pela espada e levados presos para todas as nações, e Jerusalém será pisada pelos infiéis, até que o tempo dos pagãos se complete. Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações ficarão angustiadas, com pavor do barulho do mar e das ondas. Os homens vão desmaiar de medo, só em pensar no que vai acontecer ao mundo, porque as forças do céu serão abaladas. Então eles verão o Filho do Homem, vindo numa nuvem com grande poder e glória. Quando estas coisas começarem a acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima”." 
Meditação: 
 “(…) A libertação verdadeira da pessoa humana é fruto de dois elementos importantes: o primeiro é o seu compromisso pessoal e comunitário com o Reino de Deus e com a comunidade à qual pertence, de modo que a sua vida passa a ser uma constante luta histórica de transformação da realidade tendo como critério os valores do Evangelho; o segundo é a confiança inabalável da presença atuante de Deus na sua vida e na história dos homens como o grande parceiro que está ao lado dos que assumem a luta por um mundo novo. Somente a união entre esses dois elementos pode garantir um processo histórico verdadeiramente libertador”. (CNBB)

No evangelho de hoje continua o Discurso Apocalíptico que traz mais dois sinais, o 7° e o 8°, que deverão ocorrer antes da chegada do fim dos tempos ou melhor antes da chegada do fim deste mundo para dar lugar ao novo mundo, ao “
novo céu e à nova Terra” (Is 65,17).
 O sétimo sinal é a destruição de Jerusalém e o oitavo é o abalo da antiga criação.
Jerusalém era para eles a Cidade Eterna. Agora ela estava destruída! Como explicar este fato? Será que Deus não deu conta do recado?
 Difícil para nós imaginar o trauma e a crise de fé que a destruição de Jerusalém causou nas comunidades tantos dos judeus como dos cristãos.
 Aqui cabe uma breve observação sobre a composição dos Evangelhos de Lucas e de Marcos. Lucas escreve no ano 85. Ele usou o evangelho de Marcos para compor a sua narrativa sobre Jesus.
 Marcos escrevia no ano 70, o mesmo ano em que Jerusalém estava sendo cercada e destruída pelos exércitos romanos.

Por isso, Marcos escreveu dando uma dica ao leitor: “Quando virdes a abominação da desolação instalada onde não devia estar - (aqui ele abre um parêntesis e diz) “que o leitor entenda!” (fecha parêntesis) - então, os que estiverem na Judéia devem fugir para as montanhas”. (Mc 13,14).
 Quando Lucas menciona a destruição de Jerusalém, já fazia mais de quinze anos que Jerusalém estava em ruínas. Por isso, ele omitiu o parêntesis de Marcos.
 Lucas diz: "Quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, ficai sabendo que a sua destruição está próxima. Então, os que estiverem na Judéia, devem fugir para as montanhas; os que estiverem no meio da cidade, devem afastar-se; os que estiverem no campo, não entrem na cidade. Pois esses dias são de vingança, para que se cumpra tudo o que dizem as Escrituras. Infelizes das mulheres grávidas e daquelas que estiverem amamentando naqueles dias, pois haverá uma grande calamidade na terra e ira contra este povo. Serão mortos pela espada e levados presos para todas as nações, e Jerusalém será pisada pelos infiéis, até que o tempo dos pagãos se complete. ".
 Ao ouvirem Jesus anunciar a perseguição (6° sinal) e a destruição de Jerusalém (7° sinal), os leitores das comunidades perseguidas do tempo de Lucas concluíam: “Este é o nosso hoje! Estamos no 6° e no 7° sinal!

No fim, após ter ouvido falar de todos estes sinais que já tinham acontecido, ficava esta pergunta: “
O projeto de Deus avançou muito e as etapas previstas por Jesus já se realizaram. Estamos agora na sexta e na sétima etapa. Quantas etapas ou sinais será que ainda faltam até que chegue o fim? Será que falta muito?
 A resposta vem agora no 8° sinal: "Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações ficarão angustiadas, com pavor do barulho do mar e das ondas. Os homens vão desmaiar de medo, só em pensar no que vai acontecer ao mundo, porque as forças do céu serão abaladas.”. O 8° sinal é diferente dos outros sinais.
 Os sinais no céu e na terra são uma amostra de que está chegando, ao mesmo tempo, o fim do velho mundo, da antiga criação, e o início da chegada do novo céu e da nova terra.
 Quando a casca do ovo começa a rachar é sinal de que o novo está aparecendo. É a chegada do Mundo Novo que está provocando a desintegração do mundo antigo. Conclusão: falta muito pouco! O Reino de Deus já está chegando. Dá para agüentar!

Então eles verão o Filho do Homem vindo sobre uma nuvem, com poder e grande glória. Quando essas coisas começarem a acontecer, levantem-se e ergam a cabeça, porque a libertação de vocês está próxima.
 Neste anúncio, Jesus descreve a chegada do Reino com imagens tiradas da profecia de Daniel (Dn 7,1-14). Daniel diz que, depois das desgraças causadas pelos reinos deste mundo, virá o Reino de Deus.

Os reinos deste mundo, todos eles, tinham figura de animal: leão, urso, pantera e besta-fera (Dn 7,3-7). São reinos animalescos, desumanizam a vida, como acontece com o reino neo-liberal até hoje!
 O Reino de Deus, porém, aparece com o aspecto de Filho de Homem, isto é, com aspecto humano de gente (Dn 7,13). É um reino humano. Construir este reino que humaniza, é a tarefa do povo das comunidades.
 É a nova história que devemos realizar e que deve reunir gente dos quatro cantos do mundo. O título Filho do Homem é o nome que Jesus gostava de usar.
 Só nos quatro evangelhos o nome aparece mais de 80 (oitenta) vezes! Toda dor que suportamos desde agora, toda luta em favor da vida, toda perseguição por causa da justiça, tudo é dor de parto, semente do Reino que vai chegar no 8° sinal.
 Reflexão Apostólica:
 Hoje, ao ler este santo Evangelho, como não ver o reflexo do momento presente, cada vez mais cheio de ameaças e mais tingido de sangue? A segunda vinda do Senhor tem sido representada, inúmeras vezes, pelas mais aterrorizadoras imagens, como parece ser neste Evangelho; sempre sob o signo do medo.
 Ontem enfatizávamos o LEVANTAR e CONTINUAR e hoje, após uma mensagem tão direta sobre o futuro do povo de Jerusalém, Ele diz para eles e para nós “(…) FIQUEM FIRMES E DE CABEÇA ERGUIDA, POIS LOGO VOCÊS SERÃO SALVOS”. Além de mim e de você quem hoje precisaria ouvir essa mensagem?

Sempre enfatizo a dificuldade que temos de se encarar o futuro sem medo, da nossa facilidade em conjugar na prática verbos no futuro e no gerúndio, pois sempre “serei” ou “tentando”, e do nosso empenho (ou falta dele) pessoal em fazer render as moedas. Hoje, às portas do Advento, momento propício para reconciliação, escuta e principalmente da auto-reflexão, o que penso em fazer?.

Talvez nessa auto-reflexão venha a nosso pensamento desastres naturais, situações difíceis ou até mesmo pessoas que nos prejudicaram, mas o que deve nortear a nossa auto-análise é o quanto me preocupei por coisas PASSADAS OU FUTURAS e esqueci do PRESENTE. O futuro depende das atitudes que tomo hoje e não ao contrário. Muita gente espera o fim, pois parece que ele de fato chegou a vida delas.

Reparemos que por trás dessas últimas passagens tão apocalípticas, Jesus apresenta uma mensagem que denota sempre um recomeço. Esse novo START é dado a partir de uma atitude, uma fagulha, uma faísca dentro de cada um de nós. Nossa vida tende a INÉRCIA se não ficarmos a monitorando e nos mexendo.

Repare que se fosse de nossa própria vontade, ao chegar cansados do trabalho, tomaríamos um banho e relaxaríamos (até dormiríamos) no sofá. Mas algo nos inquieta, no move, que pode ser um coração que pulsa; um pensamento caridoso, um gesto fraterno… É essa fagulha gerada pelo Espírito Santo que nos lança ao desconhecido, longe da nossa zona de conforto, mas ainda mais próximo de Deus e daqueles que mais precisam.

Portanto, o mundo não acabou, por que desistir? Como Fabio de Melo canta “há sempre motivos pra recomeçar”.

Como explicar o empenho de um casal no interior de Sergipe (vi no Luciano Huck certa vez) que tem cerca de 30 filhos adotivos? Como entender a olhos humanos o gesto de João Paulo II ao ir à prisão e perdoar aquele que desejou sua morte mesmo ainda sentindo as dores do tiro que levou? Como dizer “não” a alguém que procura nosso ombro pra chorar? Como negar um conselho? Um prato de comida? Um sorriso?

O advento que se aproxima é um momento propício para oração. Através dela conseguimos remover ou transpor problemas do tamanho de montanhas. Por meio dela nos tornamos íntimos do projeto do Pai e só assim, não conseguiremos mais fechar os olhos e ouvidos… Passamos a captar a direção divina, pois nosso pensamento não se afasta tão facilmente. Talvez seja isso que deveríamos fazer, não somente durante os grandes problemas, mas sim, rotineiramente.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

EVANGELHO QUARTA FEIRA 28 NOVEMBRO



Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 21,12-19
 "Disse Jesus aos seus discípulos: “Antes que estas coisas aconteçam, sereis presos e perseguidos; sereis entregues às sinagogas e postos na prisão; sereis levados diante de reis e governadores por causa do meu nome. Esta será a ocasião em que testemunhareis a vossa fé. Fazei o firme propósito de não planejar com antecedência a própria defesa; porque eu vos darei palavras tão acertadas, que nenhum dos inimigos vos poderá resistir ou rebater. Sereis entregues até mesmo pelos próprios pais, irmãos, parentes e amigos. E eles matarão alguns de vós. Todos vos odiarão por causa do meu nome. Mas vós não perdereis um só fio de cabelo da vossa cabeça. É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!”
Meditação: 
 Lucas tem, ao escrever o evangelho e os Atos, um fio condutor que permeia as duas obras: trata-se da nova história que Jesus inaugurou com os pobres e oprimidos e que continua na práxis dos primeiros cristãos.

A nova história não passa pelos poderosos deste mundo, que perseguem Jesus e seus discípulos. O evangelista apresenta o fim desse sistema e a caminhada resistente dos que aderiram a Jesus para construir com ele história e sociedade novas.

Esses versículos foram chamados de “discurso escatológico”. O autor escreve em estilo apocalíptico, forma privilegiada, naquele tempo, para suscitar ânimo e resistência nos momentos em que os conflitos se tornam mais agudos.

Já vimos no versículos 5 -11 o fim do sistema injusto e o discernimento em tempos de tribulações. Quando Lucas escreveu o evangelho, Jerusalém e o Templo já haviam sido destruídos pelos romanos.

Aquele sistema opressor – instalado no Templo e sustentado pelo Sinédrio, que levou Jesus à morte e perseguiu os primeiros cristãos – havia acabado. É próprio da linguagem apocalíptica tomar fatos passados e mostrá-los como ainda não acontecidos, com a finalidade de animar a resistência dos que são perseguidos diante de novos conflitos.

Disso nasce uma constatação: a comunidade cristã que, a exemplo do Mestre, pôs o centro de atenção nos pobres e oprimidos, sobrevive àquela catástrofe que se abateu sobre o suporte da sociedade injusta, ou seja, sobrevive à destruição do Templo e de Jerusalém. Assim, a perspectiva futura fica aberta: cedo ou tarde todos os sistemas iníquos virão abaixo. Resta saber até quando continuará a sucessão desses sistemas.

Os ouvintes do Mestre querem saber quando os sistemas de morte vão deixar de existir e qual vai ser o sinal de que essas coisas estão para acontecer. Mas Jesus não veio satisfazer a curiosidade das pessoas. Ao que ele responde com um convite ao discernimento: “Cuidado para não enganarem a vocês, porque muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Sou eu!’ – e ainda: ‘O tempo chegou!’ Não sigam essa gente!”

O discernimento supõe posicionamento diante das catástrofes descritas nos: em primeiro lugar, elas não são o fim do mundo; em segundo lugar, expressam o desejo latente nos povos por liberdade e vida: “Um povo lutará contra outro povo, um país atacará outro país”.

Além disso, essa afirmação de Jesus quer mostrar que os sistemas baseados na força e na intimidação acabarão se destruindo mutuamente. Em terceiro lugar, fazem nascer a esperança numa sociedade fraterna e justa.

De fato, na linguagem apocalíptica, os abalos cósmicos – terremotos etc – não são anúncio de catástrofes naturais. Pelo contrário, são indicações de que algo totalmente novo está sendo gestado na história, e esse novo não tardará em se manifestar.

Agora Ele fala da resistência inteligente desmonta os sistemas de morte. “Antes que essas coisas aconteçam, vocês serão presos e perseguidos; serão entregues aos tribunais dos judeus e postos na prisão; serão levados diante de reis e governadores por causa do meu nome”.

A resistência inteligente dos discípulos de Jesus tem poder de desmontar os sistemas que geram opressão e morte. Escrevendo o evangelho, Lucas tem presente o que já aconteceu com as primeiras comunidades: os discípulos diante do Sinédrio, a morte de Estevão e Tiago, a resistência de Paulo etc. Esses acontecimentos, apesar de terem custado a vida de alguns, apontam para a nova sociedade que vai tomando corpo: “Assim vocês poderão reafirmar a sua fé”.

A resistência dos cristãos há que ser inteligente e cheia de esperança, pois Jesus está com eles, dando-lhes uma linguagem à qual nenhum inimigo poderá resistir ou rebater. Isso faz lembrar a criatividade de nossos movimentos populares, que geram uma sociedade alternativa com seu modo de ser e de agir.

Há que ser, também, uma resistência solidária na comunidade dos que têm fé, a nova família de Jesus (cf. 8,21), pois os cristãos correm o risco de ser entregues pelos familiares. É, ainda, uma resistência realista, consciente de que “todos vão odiá-los e matar alguns de vocês”. Há que ser, finalmente, uma resistência esperançosa, pois é permanecendo firmes que iremos ganhar a vida .
 Reflexão Apostólica:
 Todo bom cristão sabe que muitos dos santos que conhecemos sofreram o martírio ao fim da caminhada; sabemos também que alguns foram crucificados, decapitados, mutilados, queimados, (…) Muita coisa mudou mas algumas ainda parecem ser ainda as mesmas…

Quem por ventura, mesmo andando corretamente, não se sentiu alvo da maldade e da inveja dos que se acham reis desse mundo? Quantos de nós já se perguntou o porquê de tantos olhares invejosos, discordâncias sem motivo, brigas sem razão, disse-me-disse, intrigas, partidarismos ao nosso redor? Quantas vezes nos sentimos atacados sem saber o motivo? Quantas pontas ou pedaços de flechas ainda existem em nosso coração nos fazendo remoer dores do passado?

Apesar de tudo algo precisa ficar no ressoando no nosso pensamento: a vontade irrevogável de LEVANTAR e CONTINUAR!

Sou fã da série Rocky Balboa, mas não pela violência das cenas, mas pelo que é dito nas entrelinhas da vida daquele personagem que aprendeu apanhando da vida. O protagonista, em seu sexto filme, diz ao seu filho em uma cena, uma frase que cai bem para essa reflexão: “Não importa o quanto você bate, mas sim o quanto agüenta apanhar e continuar. O quanto pode suportar e seguir em frente. É assim que se ganha”

Todos aqueles que não desistem de LEVANTAR e CONTINUAR podem até ser premiados com cabelos brancos, com o sofrimento estampado no rosto cansado e abatido, mas ninguém que tem fé se abate ao sofrimento; ninguém que persevera na esperança fica sem o conforto; ninguém que respondeu com sabedoria a maior das perseguições deixou de ser valorizado por Deus.

Quedas e desânimos serão inevitáveis, mas a cada fraquejada devemos voltar ainda mais convicto do que queremos para nós. De certa forma os sofrimentos, as angustias, nos tornam mais fortes e preparados. O aprendizado de CONTINUAR ANDANDO gera em nós O DESTEMOR. Mas quando não conseguimos superar as adversidades, seja pela fraqueza ou pela falta das forças, entramos num processo que nos levarão, paulatinamente sempre a fugir, a reclusão, ao pânico, e patologicamente a depressão.

Costumo dizer que Jesus sempre quer nos ver de pé, pois é através de nossos olhos que Ele vê a nossa sinceridade, a nossa força, nossa gana. Pedras SEMPRE existirão no meio do caminho como diria Carlos Drummond de Andrade, mas as pedras escondem um prêmio para quem teve coragem de levantar após cada dificuldade enfrentada.

Não tenhamos medo das perseguições.

Evangelho do dia 11 fevereiro terça feira 2025

  Nossa senhora de lourdes 11 FEVEREIRO - A humildade de Maria Santíssima é quase infinita e não podemos sequer imaginá-la. Ela se rebaixo...